Geração Centralizada x Geração Distribuída
Apesar de estarem presentes dentro do universo da geração de energia elétrica, existem algumas diferenças entre Geração Centralizada e Geração Distribuída. No primeiro modelo, usinas gigantescas concentram uma alta potência de geração, e distribuem isso para uma quantidade alta de pessoas.
Por outro lado, na geração distribuída, ou GD, unidades menores geram em vários locais diferentes. O conceito de geração distribuída não é exatamente uma novidade, mas com a chegada das usinas solares, essa modalidade de alimentação energética se tornou mais conhecido.
A importância da eletricidade
Antes de irmos diretamente ao ponto, é importante falar sobre a importância que a eletricidade tem na vida nas pessoas.
A geração, distribuição e transmissão de energia elétrica são muito importantes para um país. A eletricidade é fundamental para a sociedade, pois é através dela que tudo funciona no mundo. Precisamos de eletricidade para tudo.
Por isso, governos nacionais e locais devem garantir a produção e distribuição de energia elétrica para toda a população.
Geração centralizada de energia
De forma bem simples, um modelo de geração centralizada conta com poucas unidades geradoras produzindo energia para muitas pessoas. A eletricidade é levada por cabos de transmissão maiores, mais altos e com alta tensão, até as redes de distribuição, que são os cabos de energia dos postes.
A grande vantagem desse tipo de geração é a otimização de custos na geração e simplicidade de gestão administrativo, visto que tudo é concentrado somente em um lugar.
As desvantagens são:
- Custos e perdas de energia no processo de transmissão;
- Forte impacto ambiental nas áreas que as usinas são construídas;
- Demora para resolver os problemas com a geração de energia.
Apesar desses problemas, a geração centralizada foi tida como a mais eficaz e segura nas últimas décadas. No entanto, essa visão começou a mudar com a chegada de outras fontes renováveis de energia, como a solar, e o barateamento e a acessibilidade de alguns equipamentos que compõe os sistemas fotovoltaicos.
Geração distribuída de energia
A geração distribuída de energia, também chamada de GD, é um modelo em que várias unidades geradoras de menor porte abastecem a rede. Na maioria dos casos elas se conectam diretamente com às linhas de distribuição.
A geração distribuída cresceu muito nos últimos anos com o amplo desenvolvimento das usinas solares.
Atualmente existem basicamente três maneiras de contar com geração distribuída nos sistemas fotovoltaicos.
Geração Distribuída
Geração distribuída é o termo dado à energia elétrica gerada no local de consumo, ou em uma área próxima. Ela pode ser gerada em diversas fontes de energia renováveis, como a eólica, hídrica e solar.
Na geração distribuída, a energia elétrica produzida pelos painéis fotovoltaicos é consumida no mesmo local onde foi gerada. Caso o consumo seja menor que a produção, o excedente será injetado na rede da concessionária local.
Toda energia elétrica que seu sistema fotovoltaico injeta na rede da concessionária, gera créditos que poderão ser compensados nas próximas contas de luz.
Autoconsumo Remoto
O Autoconsumo Remoto é outra modalidade de obtenção de energia, criada pela ANEEL. Ela permite que o consumidor instale seu sistema gerador em locais de consumo diferentes, desde que ambos estejam na mesma titularidade e dentro da área de concessão da distribuidora.
A modalidade foi um grande avanço do setor solar e trouxe a oportunidade da geração energética própria para inúmeras pessoas que tinham essa necessidade.
Na geração de energia por Autoconsumo Remoto a energia gerada pelos painéis fotovoltaicos pode ser consumida tanto no local onde foi gerada, quanto em outra residência ou estabelecimento.
Para utilizar a energia gerada pelas placas que estão em sua residência ou estabelecimento em outro local é necessário que ambos os lugares estejam cadastrados no mesmo CPF ou CNPJ e que estejam na área da mesma concessionária distribuidora de energia elétrica.
Geração Compartilhada
A Geração compartilhada de energia foi criada em 2015 pelo Resolução Normativa 687 da ANEEL, autorizando duas ou mais pessoas serem responsáveis por um sistema único de micro e minigeração.
Com essa evolução nos trâmites burocráticos de um sistema fotovoltaico, a Geração compartilhada tornou-se um marco para milhares de pessoas que se interessam pela produção de energia alternativa, garantindo economia e sustentabilidade para pessoas físicas e jurídicas.
Na Geração Compartilhada grupos de consumidores como cooperativas ou moradores de condomínios residenciais se beneficiam a partir da geração de energia de um único empreendimento.
Cada morador ou associado da cooperativa possui participação individual na geração de energia do empreendimento, e a partir de contratos previamente estabelecidas você pode consumir sua parte da energia gerada em outras residências ou empresas.
Como a legislação trabalha com essas formas de geração distribuída?
Geração distribuída
No nosso país, temos uma Norma Regulamentadora, que delimita as diretrizes necessárias para usar Geração Distribuída. A definição é dada pelo Artigo 14° do Decreto n° 5.163 de 2004, e diz o seguinte:
Considera-se geração distribuída a produção de energia elétrica proveniente de agentes concessionários, permissionários ou autorizados, conectados diretamente no sistema elétrico de distribuição do comprador, exceto aquela proveniente de:
I – hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30 MW; e
II – termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência energética inferior a 75%.
A normativa foi atualizada em 2012, com a criação da Resolução Normativa 482, que estabelece novas condições regulatórias para fazer uso da Geração Distribuída na matriz energética brasileira. As definições são:
Microgeração distribuída: Sistemas de geração de energia renovável, conectados à rede que possuem potência de até 75KW.
Minigeração distribuída: Sistemas de geração de energia renovável conectados à rede com potência superior a 75 KW e inferior a 5MW.
Autoconsumo remoto
O Autoconsumo remoto foi criado pelas novas regras da Resolução Normativa N° 687, promulgada em novembro de 2015. A nova norma, trouxe algumas diferenças da primeira RN, de 2012. Dentre as principais diferenças, podemos destacar:
Alteração da potência máxima para sistemas de microgeração, passando de 100KW para 75KW, além de modificar a potência máxima para sistemas de minigeração, de 1MW para 5 MW;
Mudança no prazo de validade dos créditos gerados pelo sistema e injetados na rede, passando de 36 para 60 meses. Ou seja, o dono do sistema tem até 60 meses para utilizar esses créditos de energia;
Inúmeras melhorias e padronização no processo de solicitação da conexão do sistema à rede distribuidora, como por exemplo a alteração no prazo mínimo de solicitação para contar com o Autoconsumo remoto.
Geração compartilhada
As definições impostas pela Normativa 687 da ANEEL, possui as seguintes assertivas:
Geração compartilhada: caracterizada pela reunião de consumidores, dentro da mesma área de concessão ou permissão, por meio de consórcio ou cooperativa, composta por pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras nas quais a energia excedente será compensada.
A norma ainda informa, o que você precisa ter para contar com Geração compartilhada:
- Duas ou mais pessoas consumidoras;
- Pessoa jurídica ou física;
- Os locais que terão energia, devem estar dentro da área de concessão da rede da distribuidora de energia elétrica;
- Possuir unidade consumidora com micro ou minigeração distribuída.
Existe geração centralizada na energia solar?
A resposta para essa pergunta é sim. Existem formas de utilizar a energia solar de forma centralizada, através das fazendas solares.
Ao contrário do que muitos afirmam, a Fazenda Solar não é necessariamente construída em propriedades rurais. Trata-se na realidade, de uma Usina Fotovoltaica de grande potência e produção, instaladas em locais que permitem um maior rendimento das placas fotovoltaicas. A usina solar é conectada à rede de energia, e passa a gerar uma alta quantidade de energia elétrica que pode ser aproveitada em diversos locais.
Temos vários exemplos de fazendas solares no mundo. Confira o nosso texto que fala sobre as maiores usinas do mundo e se impressione com a potência energética dessas construções.
Porque contar com geração centralizada de energia solar?
A energia solar obtida em painéis fotovoltaicos é excelente para a GD, mas a sua modularidade, baixo impacto ambiental e efetividade faz com que ela também seja utilizada em muitos locais com gastos altíssimos com energia elétrica.
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